Eu faço para ti vs. Eu ensino-te a fazer para ti

Tenho andado dividida entre estas duas vertentes, entre criar peças únicas e especiais, e, criar os meus próprios tutoriais e ensinar-te a magia do tricot. Sinto que todo este processo meu, de maturação destas duas vertentes, está em constante desenvolvimento. Ao longo do último ano, tenho vindo a amadurecer ideias antigas, ao mesmo tempo que vou redefinindo o que ambiciono fazer futuramente. Tenho os meus projetos e sonhos. E cada passinho conta! A vida tem-me dito isso. Tenho encontrado uma linha que une tudinho. É curioso tudo isto, da vida, da forma como experiências se entrelaçam, como fazem sentido, passado anos! 

Tenho muito esta necessidade de criar, de desenhar peças com lãs de vários tons de cores e texturas. A lã é a minha cena! Esta vertente criativa ajuda-me muito a exteriorizar ideias, modos de sentir e de viver a vida, de concretizar algo com as mãos. Mas depois, também preciso muito do outro lado, de partilhar com os outros aquilo (o pouco que ainda) sei. 
E, acima de tudo, estou cada vez mais convicta de que tanto uma como outra vertente, são puros atos de ativismo, de ação, de caminhar e contribuir para um mundo melhor, mais justo, mais empático. São ações que preservam tradições artesanais que sinto serem cada vez mais necessárias resgatar. Senti-me especial quando li esta afirmação da Orsola de Castro, "makers are the modern-day heroes, the guardians of an important legacy". Para mim, o tricot é ativismo. É fazer com as próprias mãos. É ser autónomo. Por isso, ambiciono pôr toda a gente a tricotar :)